“(…) é um Amor-Doação, mas um Amor-Doação que precisa dar; portanto, precisa ser necessário. Mas a finalidade própria do ato de dar é deixar a pessoa que recebe num estado em que ela não precise mais de nossa doação. Nós alimentamos nossos filhos para que em breve eles sejam capazes de se alimentar sozinhos; ensinamo-los para que em breve não precisem mais de nossos ensinamentos. A missão desse Amor-Doação, portanto, é difícil. Ele precisa trabalhar para sua própria abdicação. Somos obrigados a nos tornar supérfluos. Nossa recompensa é o momento em que podemos dizer: “Eles não precisam mais de mim.” Mas o instinto, quando simplesmente em sua própria natureza, não tem o poder de cumprir essa lei. O instinto deseja o bem de seu objeto, mas não é tão simples – somente o bem que ele próprio pode dar. Um amor superior – o amor que deseja o bem do objeto como tal, qualquer que seja a origem do bem – deve intervir e ajudar ou controlar o instinto antes que a abdicação seja possível. E é claro que muitas vezes isso acontece. ”
C.S. Lewis, no capítulo em que trata sobre a afeição, no livro Os quatro amores (pag 71 e 72 da 2ª edição)
Esta está sendo uma das leituras no tempo certo da vida, uma leitura sobre os quatro amores em um momento que experimento um dos amores inexplicáveis da vida!