Já fazem uns dois meses que aterrizei, mas voltar é outra coisa… E somente agora aqui estou. E vou falar de alguns livros que no último ano por diversos motivos chegaram a mim e tinham todos um mesmo tema de fundo: Viagens!
Tentarei (?) Escrever de acordo com a data de leitura, mas é lógico que tudo se misturou na minha cabeça.
“Durante a viagem eu sentia fome e sede.”
Bom, este livro eu li muito mais por ter sido escrito pelo meu querido Gabo 🙂 E não é bem uma história que dê muita vontade de viajar, pois é um tanto trágica, apesar de fascinante.
As Cidades Invisíveis – Italo Calvino
Eu li este livro por conta da disciplina de urbanismo que fiz ano passado, e como estudante de arquitetura e urbanismo foi uma delícia, todas as cidades presentes e os tons de surrealismo que Italo Calvino criou tão bem! Me apaixonei! São os relatos de Marco Polo, depois de uma viagem de mais de 30 meses, para o Grande Khan em Cambaluc, atual Pequim.
“-Viajando percebe-se que as diferenças desaparecem: uma cidade vai se tornando parecida com outras cidades, os lugares alternam formas ordens distâncias, uma poeira informe invade os continentes. O seu atlas mantém intatas as diferenças: a multiplicidade de qualidades que são como as letras dos nomes.”
Seriam infindáveis trechos sobre viajar e conhecer cidades geniais, vale muito a leitura!
A viagem do oriente – Le Corbusier
Comprei este livro, porque bem, quando se estuda arquitetura é bom que se leve a sério Le Corbusier, e eu nunca fiz isso, e este livro me atraiu por ser ele jovem, com então 23 anos e viajando, pensei que ali ele não seria tão pretencioso como me parecia, e foi o início de uma jornada para fazer as pazes com ele (que terminou aqui). Mas não sei se recomendo a leitura dele, no começo estava legal, mas verdade é que não consegui terminar 😛
“VIAJANDO ASSIM LONGOS MESES, EM PAÍSES SEMPRE NOVOS” – indagavam em Berlim duas simpáticas compatriotas- “será que vocês não embotarão suas capacidades de admirar, tirarão o frescor de suas emoções e verão as coisas apenas com um olhar um pouco desiludido, um pouco blasé?(…) Agora partem para o Oriente; imaginamos que suas intenções são nada perder do que a estrada oferece à direita e à esquerda… Quantas impressões então, diversas e múltiplas!… Nossa pergunta tem razão de ser, não nos levem a mal.
(…)
-Não, minhas céticas senhoritas, não se fica blasé ao viajar. Fica-se apenas um pouco aristocrata nos amores, o que é um mérito, acreditem, nestes dias em que tudo se socializa, e sobretudo para um leitor de La Sentinelle.”
Memorial de Isla Negra – Pablo Neruda
PRIMEROS VIAJES
“Cuando salí a los mares fui infinito.
Era más jovens yo que el mundo entero.
Y en la costa salía a recibirme
el extenso sabor del universo.
Yo no sabía que existía el mundo. “
Poesias autobigráficas de Neruda, que por ter viajado tanto, fala de conhecer outras cidades, de saudade, de estar longe, de voltar. E de tantas outras coisas também.
Conejo de Viaje – Liniers
Este livro comprei em Buenos Aires, eu queria TODOS os livros do liniers, e por não poder levar todos, e não poder me decidir, levei este que não era parte da coleção, mas que me atraiu, porque são desenhos que ele de fato fez durante suas viagens, e desde que fui para Salvador, sempre me frustro achando que deveria desenhar mais em viagens, uma coisa a aprender!
Cómo viajar sin ver – Andrés Neuman
Este livro comprei durante uma viagem, pelo motivos óbvios, me atraiu esta redundância de tema!
Me deu vontade infinita de conhecer mais a America Latina!
“Cuando me comunicaron el itinerario de la gira del Premio Alfagura, lamente no tener más tiempo para conocer cada lugar. Pero después pensé: no se trata de eso? No estaré por experimentar, sin haberlo planeado, una hipérbole del turismo contemporáneo? Y si esa velocidade pudiera ser también una ventaje? Cuando nos resulta imposible una mirada exaustiva sobre un lugar, sólo nos queda mirarlo com el asombro radical de la primera vez.”